Mais de 2 mil pessoas marcaram presença durante a campanha de cadastros de possíveis doadores voluntários de medula óssea promovida no último sábado, dia 20 de julho, em Bataguassu. A ação, parceria entre Prefeitura de Bataguassu, através da Secretaria Municipal de Saúde e Hemosul de Campo Grande foi desenvolvida na sede da secretaria. 


Conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde, foram realizados 1.740 novos cadastros e mais de 400 atualizações cadastrais. 

Presente na campanha, a responsável pelo setor de medula óssea do Hemosul, Lucéia Maria Fernandes, explicou que muitas informações ainda são desencontradas a respeito do transplante de medula óssea. 

Ela revelou, por exemplo, que a medula óssea são células que produzem o sangue e que estão dentro dos ossos, no meio do tutano. 

Na idade adulta, segundo Lucéia, essas células possuem maior concentração nos ossos da bacia e não na coluna como muitas pessoas pensam. “Quando se fala em medula, as pessoas acham que vai mexer na coluna, que tem riscos de ficarem com sequelas físicas. Na verdade, a medula óssea é a célula que produz o sangue. A medula espinhal como o próprio nome diz é localizada na coluna. Essa não é a parte utilizada para esse tipo de transplante”, comentou. 

Lucéia destacou que em Mato Grosso do Sul, em torno de 75 pessoas já participaram de doações de medula óssea desde 2007. “Temos um bom número de cadastros de doadores, porém, as campanhas desenvolvidas ao longo dos anos tem também o objetivo de promover o que chamamos de manutenção de cadastros, que são as atualizações de dados como número de telefone, endereço”, citou. 

A responsável pelo setor de medula enfatizou que o doador precisa estar consciente de que fazendo o cadastramento, ele está se colocando a disposição do próximo. 

Ela disse que o órgão tem acompanhado negativas e aceitações de pessoas que em um momento da vida se cadastraram em campanhas. “Só este ano já tivemos mais de quatro casos de doadores cadastrados que se negaram a realizar a doação. É preciso ser consciente de que fazendo o cadastro você está se colocando a disposição de ser uma possibilidade de vida para outra pessoa porque para quem espera por um transplante essa é a chance entre a vida e a morte”, observou. 


Cadastros

Para se tornar doador de medula, o procedimento é realizado através do preenchimento de uma ficha cadastral e da coleta de uma amostra de sangue para fazer o exame de histocompatibilidade (HLA), que identifica as características genéticas do doador. 

Essas informações e os dados cadastrais [do doador] são enviadas para o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). 

A partir dessa coleta, os dados genéticos dos doadores são cruzados com os dos pacientes que precisam da medula. Se houver compatibilidade genética, novos exames além de uma avaliação clínica de saúde são realizados, para somente assim, a doação ser autorizada e realizada.